Deus nos mostra, através do Apóstolo Paulo, que a lei
sobreveio para que a falta, a falha, a má intenção, o engano, a má fé, a
ofensa, o erro, enfim o pecado aparecesse, fosse notado, percebido, “mostrasse
a cara”: "Sobreveio a lei para que
avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Romanos
15. 20).
"Onde não há falhas, não existe lugar para o perdão. O
pecado da raça humana, meu e seu, confere a Deus uma oportunidade para mostrar
Sua Graça" (Autor não citado - Devocionário Boa Semente 2008).
Não havendo regras sociais, morais, éticas, e, principalmente, espirituais há
uma desordem geral: ninguém se entende, ninguém se respeita, nem se submete a
nada, nem se subordina a outrem, cada qual faz o que bem lhe "der na
telha!".
Aliás, já estamos "quase assim", nesta sociedade em que vivemos, onde
cada um faz o que quer, não há limites e é comum se ouvir dizer coisas do tipo:
"não tô nem aí", "isso já era", "todo mundo faz!"
(sic).
No ano de 2000 escrevemos um livro que disserta sobre este assunto, e citando
Billy Graham mencionamos: "Ou nos voltamos para a Bíblia, ou voltaremos
para as cavernas. E parece que a lei das cavernas está lentamente tomando conta
das nações".
Também citamos um texto que lemos, mas não nos lembramos onde, que diz: "o
mundo está descendo as rampas inferiores do longo declínio espiritual, moral,
ético e social".
E tudo isto está acontecendo sob a égide da lei, apesar de haver regulamentos,
códigos, estatutos, constituições, portarias, “medidas provisórias”, etc.
Não houvesse uma legislação que disciplinasse limites, rumos, procedimentos,
condutas, e a coisa já teria se "degringolado".
Fiquemos apenas no campo espiritual para não nos alongarmos mais do que o
necessário.
Dissemos em outro artigo que "pecado é tudo aquilo que desagrada a Deus,
ou tudo o que contraria a vontade de Deus", e para isso: o nosso pecado, a
nossa queda, a nossa desobediência, o nosso “livre arbítrio”, estão sendo
alcançados por um "favor não merecido", chamado “Graça de Deus”,
Graça Preveniente.
Ou seja, Deus derramou, previamente, sobre toda a humanidade a sua Graça,
através do sacrifício de Seu Filho Jesus, na cruz do Calvário, em substituição
a todos nós, pelos nossos pecados já cometidos [e até pelos que ainda vamos
cometer].
Quer dizer que com isso podemos pecar à vontade, liberou geral? Não! Não é nada
disso!
A Palavra de Deus nos exorta a abandonarmos a prática do pecado, embora haja a
Graça de Deus, a Sua Misericórdia, o Seu Perdão concedido na cruz em nosso
favor.
Ele [Deus] nos diz que "se
dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso e a sua palavra
não está em nós" (I João 1. 10), mas Ele acrescenta:
"Filhinhos meus, estas coisas vos
escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto
ao Pai, Jesus Cristo o Justo" (I João 2. 1).
Há um texto bastante significativo na Bíblia, que por si só é inteligível, não
precisando que nos alonguemos explicando-o: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais
abundante? De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele
morremos?" (Romanos 6. 1-2).
Seria meio "cínico", de nossa parte, dizer que "para gozarmos da
Graça, em sua plenitude, poderíamos continuar a pecar à vontade", e
ficaríamos num eterno: “pecado”, “perdão”; “desobediência”, “graça”; “queda”,
“misericórdia”, uma viciada roda viva.
Não é isso, devemos reiterar, pois aquele que conhece e aceitou a salvação em
Cristo, caso volte ao caminho tortuoso, o seu estado é pior do que o anterior à
aceitação, conforme, por exemplo, Jesus nos diz em Lucas 11. 26, o que é
confirmado na segunda carta de Pedro 2.20-22:
"Portanto, se, depois de terem
escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador
Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último
estado pior que o primeiro.
Pois, melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça, do que,
após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes
fora dado.
Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: o cão voltou ao seu
próprio vômito; e a porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal".
Então, Graça é favor imerecido.
Apropriemo-nos dela deixando para trás todo pecado, todo engano, todo dolo,
toda má fé, e fiquemos firmes em Jesus, que foi quem se deu por nós.
Edmar Torres Alves – editor do Sê Fiel