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22 setembro, 2009

JCG/SETEMBRO: Há vida fora da Terra?

Muita gente vive implicada com esta questão e dedica seus dias aqui na Terra a essa investigação. Então lhes surgem algumas perguntas: Se existe vida fora da Terra, que tipo de vida é esta? Vida simples? Vida complexa? Que tipo de inteligência está presente nela? Ou, simplesmente, não existe vida fora daqui?
Iniciando a discussão. Poderíamos nos prolongar por toda a nossa existência e não esgotaríamos este assunto, que está além dos recursos de que dispomos e da nossa própria capacidade de compreensão, mesmo considerando os avanços da ciência e de tudo aquilo que ela já acumulou de conhecimento. A ciência diz que há a possibilidade de vida fora daqui, mas ainda não encontrou nenhum lugar neste universo criado por Deus onde pode afirmar com segurança que ali foi ou é possível haver alguma espécie de vida. Existem muitos e complexos requisitos para a existência de vida aqui na Terra, por exemplo, a distância em que nos encontramos do Sol, as próprias dimensões e características do nosso Sol e seu sistema, a existência da Lua, a velocidade de rotação da Terra, o grau de inclinação no seu próprio eixo, sua órbita, suas dimensões, a espessura e a composição da sua atmosfera e por aí vai. Então, ao olharmos para o nosso planeta e entendermos como a vida aqui se estabeleceu, aplicando todos estes requisitos em outros lugares, as chances parecem ser bem pequenas. Mais um detalhe, tendo Deus criado o universo e estabelecido leis uniformes nele, é de se esperar que os mesmos tipos de condições determinem a vida em todos os lugares.
Uma pausa. Somos cristãos e a Bíblia é a nossa regra de fé e prática, mas ela silencia quando o assunto é a vida em outros planetas. Por quê? É simples, pois este não é o seu motivo, mas a apresentação de Deus ao homem e da vida plena que Ele tem para cada um de nós. Quando deixamos Deus alinhar a nossa existência com a Sua, a vida floresce num nível nunca antes visto por nós. Então, a vida na sua essência é a existência com Deus e é isto que nos faz seres religiosos, que nos leva a buscar na transcendência o sentido da nossa estada nesse mundo.
Voltando ao assunto. Preliminarmente, uma teologia fundamentada na Bíblia e contextualizada com o homem do seu tempo não tem como foco principal de suas preocupações a questão da vida fora da Terra, mas a vida em sua essência como explicamos acima. O assunto em tela melhor seria trabalhado por outras disciplinas, como a astronomia e a astrofísica; mas como somos habitantes desta Terra e aqui isso traz inquietações, podemos sim considerar esta questão e apresentar nossa opinião. É saudável para a formação de conhecimento ouvir outras vozes e, por que não, dos religiosos. Para tratarmos o assunto de maneira séria e sincera poderíamos responder a esta indagação de duas formas antagônicas: não, não é possível a existência de vida fora da Terra; e sim, é possível a existência de vida fora da Terra. Vamos entender melhor estas duas posições.
Não, não é possível a existência de vida fora da Terra. Esta seria uma resposta segura e biblicamente correta, pois na Palavra de Deus não vemos citações que venham embasar a idéia da existência de outros mundos habitados por seres vivos, mesmo considerando as numerosas citações da existência de outros seres inteligentes que tem atuação em nosso mundo material, mas que a ele não pertencem, que são os anjos. Estes são seres espirituais livres e inteligentes, de juízo moral, que têm grande poder, mas não habitam noutros mundos deste universo material, pois são incorpóreos (Hb 1:14). Vejamos um argumento interessante que sustenta esta posição contrária. A Bíblia conta a história de Deus interessado na recuperação do homem e do universo, que foram corrompidos pelo pecado. Começa com a criação perfeita do universo e da raça humana, com a qual o Senhor estabelece uma relação especial, diferente dos demais entes criados. O pecado entra em cena, mas não frustra os planos de Deus, que põe em ação a Sua forma de trazer as coisas para o devido lugar. No decorrer da história Ele se revela aos homens, elege um povo em Abraão, diferentemente prepara este e os demais povos para a primeira vinda do Mediador, Jesus Cristo (Gl 4:4), para salvar o homem e, posteriormente, na sua segunda vinda, para restaurar toda a Sua criação. Seria mesmo uma história da recriação de Deus em Jesus pelo Espírito Santo. Consideremos uma coisa, se Jesus vem para restaurar o homem e toda a Sua criação, então, todo o universo necessita de uma restauração, porque os efeitos do pecado não se restringem apenas à raça humana (Gn 3:14-19 – por mais que esta seja uma narrativa local, subentende-se que os seus efeitos sejam cósmicos, porque ali está a gênese da criação). Se existem outros mundos habitados, certamente estes também teriam sido atingidos por este flagelo. Mas, se o pecado apareceu como manifestação de um espírito livre, onde reside a vontade pessoal do ser, surge uma pergunta: Como outros seres inteligentes, portanto, espirituais e livres, seriam atingidos pelo pecado manifesto na nossa raça humana? (Rm 5:12) Com os anjos a queda no pecado também foi assim (Jd 6), e cada um responde pelos seus próprios atos. Portanto, os atos dos anjos e da raça humana não poderiam afetar possíveis outros seres inteligentes de outras partes deste universo que, porventura, não tivessem pecado. Esta é uma questão controversa, mas o que poderia nos calar seria a estranha ideia de um motim universal de todos os seres espirituais livres contra Deus. Paremos por aqui, porque outros argumentos bíblicos contrários à vida fora da Terra poderiam ser levantados e não temos espaço para todos eles.
Sim, é possível a existência de vida fora da Terra. A teologia, como boa ciência que é, se faz com perguntas e não com respostas prévias ou pré-direcionadas. Se quisermos tratar do assunto da vida em outros lugares devemos deixar a pergunta ser feita e partir para possíveis respostas. Vimos acima a impossibilidade desta inquietação, considerando a revelação de Deus na Sua Palavra. Mas, o que sabemos exaustivamente sobre Deus e Seus atos? Sabemos que a Bíblia é suficiente para nós como revelação de Deus, mas é insuficiente para esgotar em si mesma a compreensão plena que se pode ter de Deus, coisa que é mistério, pois Deus é inexaurível. Podemos conhecê-Lo, e Ele permite isso ao se revelar a nós, mas sempre nos surpreenderemos com Ele, até mesmo quando estivermos na Sua eternidade. O Senhor sempre será para nós uma grata e abençoada surpresa. Sabemos aquilo que é necessário de Deus, mas não tudo sobre Deus e isto se refere também aos Seus atos: "As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei" (Dt 29:29). Vejamos uma coisa, a ciência descobriu que o universo é imenso, mas não é infinito (não podemos indicar onde está o seu fim), e que não temos a mínima possibilidade de chegarmos até os seus extremos, pois o tempo de existência da humanidade seria insuficiente para isso, mesmo considerando o viajar na velocidade da luz. Extremos que turvamente conhecemos pela observação astronômica; extremos porque alguns pensam estar a nossa galáxia, a Via- Láctea, no centro deste universo. Interessante isto, não? Se verdadeiramente estamos no centro e devido às absurdas distâncias astronômicas não ser possível alcançarmos os extremos, então, dificilmente chegaremos a ver o que exatamente existe ali, inclusive possíveis lampejos de vida. Até mesmo se aquilo tudo ainda existe, pois a luz que nos chega está no atraso das longas distâncias que percorre, portanto, passível dos corpos celestes que as emitiram nem mais existirem. São coisas encobertas pelo espaço-tempo, coisas dificilmente compreensíveis, onde temos um limite imposto por Deus à nossa compreensão, mas que, de certa forma, não nos impossibilita pensar em alguma espécie de vida nesses lugares, mesmo que avessa a tudo aquilo que já conhecemos. Não é porque não vemos que a coisa não pode existir.
Finalmente, creio que para esta pergunta "Há vida fora da Terra?" a sinceridade e o bom senso devem nortear nossas posições. A Bíblia é infalível, pois é a Palavra de Deus Imutável, e ela não nos autoriza a crer em vida em outras partes do universo. Por outro lado, não podemos colocar Deus numa caixinha, ou num caixão, concebidos segundo nossas particulares pretensões e sepultar toda e qualquer possibilidade de nos surpreendermos com Ele. Deus é o Senhor da Vida e, se até num coração morto em meio a pecados Jesus faz brilhar a Sua luz, vida em outro canto qualquer deste universo Ele poderia ter colocado, inclusive noutro(s) universo(s). A partir daqui silencio minhas palavras.



Pr. Flávio Bini Bortoloti
Prof. da Faculdade Teológica Batista Bauru.

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