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06 fevereiro, 2012

ARTIGO ESPECIAL: Igrejas perdendo o foco

A recomendação bíblica, sintetizada pelo apóstolo Paulo, quando escreveu sua carta aos cristãos de Roma, é simples: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação de suas mentes, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Ro 12.2 – NVI). Através dos séculos de revelação bíblica, a Palavra de Deus a Israel e à Igreja foi sempre esta: “Olhai para mim, e sereis salvos ...” (Is 45.22 – IBB versão revisada).
A tendência à aculturação tem estado presente no cotidiano do povo de Deus na história. Profetas do passado e pregadores do presente têm sido vocacionados por Deus para alertar israelitas e cristãos sobre o cuidado necessário no relacionamento cultural. O escritor da carta aos hebreus cristãos enfatizou: “Deixando todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia, corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé.” (Hb 12.1 – NVI). E o profeta Jeremias já havia proclamado: “Não aprendais o caminho das nações...” (Jr 10.2 NVI). E explicado: “Os costumes religiosos das nações são inúteis.” (Jr 10.3 NVI). Viver com sabedoria o aqui e o agora, para não se afastar do propósito de Deus e firmar-se na realização plena da vontade do SENHOR são os grandes desafios da fé bíblica, da fé cristã.
O processo de contextualização requerido por muitos entre o povo de Deus é perigoso, nisto que, em sua atualização da fé, o cristão, a igreja, pode perder Jesus de vista, o Jesus de Nazaré o Cristo da fé. A ação iconoclasta, destruidora de tradições, pode ir além dos costumes passageiros, destruindo também princípios bíblicos fundamentais e supraculturais. Uma vez. John Stott advertiu pregadores evangélicos para “não sacrificar a revelação no altar da relevância”. No desejo de ser relevante para a cultura, muito sutilmente, o cristão sucumbe a esta pressão. O.S. Hawkins, que pastoreou, por longos anos, três das maiores igrejas batistas norteamericanas, escreveu categórico: “Há uma nova tendência evangélica, propagada por alguns pastores, que não seria reconhecida por nossos pais apostólicos que foram mordomos do Novo Testamento” (The Pastor’s Prime - pág. 41). O autor estava se referindo à contextualização do Evangelho levada a extremos em que os costumes das culturas humanas falam mais alto do que os princípios da fé, segundo a revelação bíblica. E esclarece: “O evangelho do Novo Testamento ensina a autonegação. A nova tendência “gospel” esposa a autoestima, autorealização. O Evangelho do Novo Testamento está focalizado em Cristo e seu plano de redenção. A nova tendência “gospel” está focalizada no homem e em seu desejo de felicidade na vida. Essa nova tendência evangélica tem uma antropologia defeituosa. Ela tende a ver o homem como alguém, basicamente, bom e amigo de Deus e que, simplesmente, se afastou da igreja em razão de seus métodos inadequados e ultrapassados”. Há cristãos que buscam uma igreja segundo seus próprios critérios.
 É famoso nos meios teológicos o livro de Richard Niebhur - Cristo e Cultura – que discute cinco posições da igreja na dinâmica da fé em sociedade. Sem dúvida o tema precisa de considerações firmadas em bases razoáveis do tratamento adequado do texto bíblico – que se construiu num período, mais ou menos aceito, de dezesseis séculos de revelações de Deus – e também de uma compreensão da cultura, em sua dimensão psicossocial, política e econômica e suas manifestações sob a influência da natureza humana contaminada pelo pecado, com forte atuação satânica – “O mundo todo está sob o poder do Maligno” (I João 5.19-NVI).  Niebhur levanta questões e as responde com o testemunho de pensadores bíblicos e históricos, buscando um entendimento de Cristo e também de Cultura, mas sempre valorizando a supremacia daquele sobre esta
Atribui-se a Karl Barth, teólogo protestante da primeira metade do século XX, uma afirmação que sugere a importância da leitura do jornal diário ao lado da Bíblia, para as devidas aplicações no púlpito. Mas, o que se tem visto e ouvido vai além dessa informação necessária. Há uma tendência de amoldar-se ao mundo, à cultura, aos costumes.
Cristãos e igrejas sofrem a pressão, e sucumbem à tentação, de repetir e assumir comportamentos e padrões de pensamentos que significam a forte influência secular na expressão da “fé” – que parece não objetivar o Jesus de Nazaré nem o Cristo da fé, mas um personagem aculturado – O Cristo contemporâneo, a Igreja pósmoderna, O Evangelho Gospel. John MacArthur, o pastor e escritor norteamericano em seu livro “The Truth War” (A Verdadeira Guerra) chama a atenção de seus leitores para essa tendência em que a Igreja perde o foco do Jesus Cristo – “autor e conusmador de nossa fé” – para criar seu próprio Cristo e seu próprio Evangelho atualizado, mais afinado com a filosofia pósmoderna, herdeira do humanismo não cristão, que cultua o prazer, a superficialidade, as incertezas, o consumismo, a rapidez, o entretenimento... e o  .vazio, principalmente, do Deus pessoal da Bíblia que FALA,  expõe sua vontade, além de ouvir nossas preces e nos “coroar de bênçãos”, como desejam os “gospels”.
O Foco da Igreja deve ser JESUS – o revelado pela Bíblia – e não os homens e seus modelos. Através de séculos de história, não foi difícil para cristãos e igrejas se enganarem com “as astutas ciladas do diabo”. O acessório acabou sendo o principal, e o desnecessário tomou o lugar do essencial. Em sua oração pelos crentes e pela igreja em Colossos, Paulo, o apóstolo, assim se expressou: “Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual. E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus e sendo fortalecidos com todo o poder, de acordo com a força de sua glória, para que tenham toda a perseverança e paciência, com alegria ...” (Co 1.9-11 )  O alvo dessa oração é o essencial para  a igreja.
Igrejas e seus pastores, especialmente estes, que são seus líderes espirituais, precisam refletir sobre a pergunta sugerida por Paul McKaughan: “A Quem estou seguindo?” (in  Mensagem da Cruz - nº 154). Ele explica a importância da liderança. “Os líderes são os que influenciam, dando o exemplo aos olhos de todos. Os líderes se tornam pessoas especiais. Eles podem contribuir para que coisas muito boas ocorram.”. Também, James Hunter, autor do livro “Como se tornar um Líder servidor”, assim conceitua liderança: “habilidade de influenciar pessoas para trabalharem, entusiasticamente, visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força de caráter”. Ele acrescenta: “Liderar significa conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que coloquem seus corações, mentes, espíritos, criatividades e excelências a serviço de um objetivo”.  O que caracteriza bem a palavra liderança é a capacidade de influenciar outros para o bem (ou para o mal), de acordo com um objetivo comum. Assim, pastores e líderes nas igrejas precisam saber para onde estão conduzindo o povo de Deus. Se estão com o foco em Jesus Cristo – cabeça da Igreja – e Sua Palavra revelada, ou se estão se deixando levar por modismos, contextualizações secularizadas e, igualmente, se perdendo nesse emaranhado de novidades “gospels”, trazendo o mundo (a cultura deste século) para a igreja ao invés de penetrar o mundo com a mensagem do verdadeiro Evangelho – a  significativa contracultura cristã. Que o SENHOR DA LUZ nos ilumine, nos esclareça!

Pr. Araúna dos Santos,
Vitória, ES

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