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21 maio, 2012

ARTIGO: PASTORAL MISSÕES COM A PERSPECTIVA BÍBLICA


Muitos cristãos ainda não possuem uma visão correta sobre missões. Há vários motivos para isso, desde desconhecimento total da Bíblia até preguiça e desleixo. O pior é que muitos procuram dar desculpas quanto à falta de interesse no tema, pois não conseguem enxergar que esta é uma missão essencial da igreja. A Igreja não é a instituição, mas as pessoas; isto é, missões é algo que pertence a todos nós.
Quando olhamos a Escritura percebemos que a Missão da Igreja é pregar o Evangelho. Deus enviou o Messias com uma missão: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas novas aos oprimidos; enviou-me a restaurar os de coração abatido, a proclamar liberdade aos cativos e a pôr os presos em liberdade” (Isaías 61:1). E Jesus, após o batismo de João, “... começou a pregar, dizendo: Arrependei-vos, porque o reino do céu chegou” (Mateus 4:17; cf. Marcos 1:15). Ele treinou os discípulos e depois de Sua morte e ressurreição, deixou uma missão clara à Sua Igreja: “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes: Toda autoridade me foi concedida no céu e na terra. Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei; e eu estou convosco todos os dias, até o final dos tempos” (Mateus 28:18-20; cf. Marcos 16:15,16; Atos 1:8). Aqui encontramos algo essencial para uma correta compreensão de nossa missão.
Primeiro, toda a autoridade pertence a Jesus. Isso deve ficar claro em nossa mente se quisermos compreender nossa missão como Igreja. Isso elimina toda e qualquer visão de que nós temos poder ou que as pessoas serão convertidas pela nossa persuasão humana. A nossa missão precisa ter a visão correta do poder e onde ele se encontra. Somente Cristo pode transformar pecadores em santos, ímpios em justos e corações de pedra em corações de carne. Ele recebeu a autoridade do Pai e firmados nEle temos a Sua autoridade para pregar o Evangelho.
Por isso os discípulos obedeceram prontamente ao Senhor, pois como atesta o Evangelho, “Então, saindo os discípulos, pregaram por toda parte, e o Senhor cooperava com eles confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam” (Marcos 16:20). Isso é importante, o Senhor cooperava, isto é synergeô (sunerge,w) “trabalhar com, trabalhar junto com, cooperar”. Havia sinergia entre os discípulos e o Senhor; eles pregavam com ousadia porque confiavam no poder do Senhor que estava junto.
Segundo, o Ide significa estilo de vida que se apoia na autoridade e no poder de Cristo. Muitos imaginam que o ide é apenas um chamado para pastores, missionários e seminaristas, algo mais ou menos parecido como uma palavra técnica. Essa visão medíocre perde-se na ideia de que a Igreja é uma estrutura eclesiástica apenas e não o agrupamento de pessoas lavadas e remidas pelo sangue do Cordeiro.
Jesus disse: “... Levantai os olhos e vede os campos já prontos para a colheita” (João 4:35). Os campos não significam países longínquos e culturas diferentes; os campos estão mais próximos do que imaginamos. Temos nossa casa, nossa vizinhança e local de trabalhos como campos em potencial. Faculdades, universidades, escolas e centros de estudo, praças, hospitais, quartéis e presídios. Os campos estão brancos, e o que esperamos? Que Deus envie um missionário para trabalhar perto de nossa casa ou do nosso local de trabalho? Ele já tem Seus missionários; estes somos nós. Onde estiver um cristão aí está uma testemunha, alguém que pode ir e falar de Cristo. Por isso o ide evoca o estilo de vida, de alguém que vai e por onde caminha testemunha e faz discípulos.
Terceiro, na Grande Comissão não existe nenhuma ideia de que devemos converter alguém. Muitos imaginam que missões implica em converter pessoas, mas esquecem que esta não é nossa missão. A missão do Espírito Santo é convencer “... o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8); nossa missão é testemunhar, falar e anunciar a Boa Nova do Evangelho de Cristo. Agindo assim, deixando o Espírito Santo fazer Sua parte e nós cumprindo a ordenança de Cristo, esse trabalho conjunto entre poder espiritual ilimitado e seres humanos redimidos produzirá “discípulos de todas as nações”, que serão batizados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Neste projeto Divino de alcançar seres humanos somos chamados a ensiná-los “a obedecer a todas as coisas que vos ordenei”.
O que é necessário saber com tudo isso? Bem, basta saber três coisas. Primeiro, fomos salvos pela graça. Deus enviou Jesus Cristo para nos salvar, isso como pura manifestação da graça divina, já que não merecíamos nada além do inferno. Segundo, somos convocados a expressar a graça de Deus num mundo corrompido. Certamente o mundo jaz no maligno e muitas coisas aqui nos entristecem. Entretanto, Deus não usou anjos para anunciar a Sua glória, mas pecadores redimidos que foram alcançados pela graça. Missões é mais que ir para longe; missões é viver expressando a graça de Deus para mortos espirituais que estão morrendo no pecado. Terceiro, a obra da graça é algo exclusivo de Deus, mas que não exclui agentes humanos no processo. Fica evidente que não somos nós quem convertemos ninguém, mas “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10:14). A missão de pregar é nossa e se não o fizermos certamente as pedras clamarão.

Gilson Souto Maior Junior, pastor sênior da Igreja Batista do Estoril e
Professor da FATEO e
 conselheiro do JCG.

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