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31 julho, 2012

JCG Julho: Desviado, eu?


Responda com toda a honestidade: Você está filiado a uma igreja local como membro, ou somente visita as denominações evangélicas? Caso congregue, há quando tempo participa em sua atual igreja local? Por quantas denominações cristãs já passou até encontra-se em sua atual comunidade evangélica? Está insatisfeito e tem pretensões em “mudar de igreja”? Caso tenha, por qual motivo? Em sua opinião, o que leva um cristão a mudar de denominação evangélica?
Sei que estou entrando em terreno de areia movediça ao tratar desse tema, mas parei para pensar, com mais acuidade, sobre o assunto, quando li o anúncio de chamada da SEPAL - Servindo aos Pastores e Líderes para o seu 39º Encontro de Pastores e Líderes. Nele são apresentados os seguintes dados: 25% da população brasileira já mudou de religião, enquanto somente 0,00034% já mudou de time de futebol.  Incrível não? Eis o motivo do questionamento inicial - o que leva as pessoas a mudarem tanto de denominação religiosa?
A SEPAL ainda trás a seguinte informação: “Segundo levantamento da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), também do IBGE, os evangélicos passaram de 18%, em 2003, para 20,2% em 2009. Mas este resultado deu espaço a uma nova categoria religiosa presente no Brasil, a dos evangélicos não-praticantes, pessoas que professam a fé, mas que não pertencem a nenhuma denominação. Resultados advindos da Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE de 2010 revelam que a porcentagem dos evangélicos que não possuem vínculos com a crença saltou de 0,7% para cerca de 3%”  .
Será que a igreja está se tornando realmente, pouco atraente? Que motivações têm levado a essa “migração”, bem como o crescimento de evangélicos “não-praticantes”? Entendo que os fatores são variados, assim como um prisma possui várias facetas. Verifiquemos algumas delas.
Tenho como certo, que uma das causas desse comportamento está intrinsecamente ligada às alterações sociais e ideológicas, que passaram a nortear a sociedade pós-moderna e, por conseguinte, também, influenciaram os cristãos. A filosofia humanista e o secularismo consideram a religião e a moralidade questões de opinião pessoal e que tudo depende do que cada um acha ser o correto e melhor para si. Nessa vã filosofia o que importa é satisfação pessoal a qualquer custo, ou seja, valoriza-se, o individualismo e o egocentrismo. E, infelizmente, de modo imperceptível, a comunidade cristã e os novos adeptos da fé, pelo menos em parte, alinharam-se a alguns pontos desses conceitos, levando-os a mudarem frequentemente de denominação ou a se afastarem da igreja ou a considerarem-na de menor importância.
Um segundo fator compreende o mesmo pensamento pós-moderno norteando muitas igrejas/denominações, através de seus líderes, tornando-as centradas no homem e não em Deus. Não é por acaso que surgem quase que diariamente novas denominações, pois a submissão à autoridade, um coração humilde, o reconhecer erros e aceitar a disciplina são ações escassas, assim como, parece que não é atrativo pregar e viver que se deve renunciar a si mesmo. A temática daqueles que estavam engajados na Igreja, em outros tempos, era “o que posso fazer pelo Senhor?”, enquanto em nossos dias é “o que o Senhor pode fazer por mim?”. Como resultado de tudo isso, muitas igrejas têm cedido às pressões da pós-modernidade, e assim como as lojas que fazem concorrência entre si, prometendo os melhores preços e serviços, tem-se assistido uma concorrência exacerbada entre denominações religiosas. A igreja tornou-se um balcão espiritual em meio a uma população consumista e, aqueles que nela ingressam comportam-se como clientes e não prováveis discípulos de Jesus, aos quais se tem que agradar a qualquer custo. Para tanto, utilizam-se da teologia da prosperidade como carro-chefe de sua mensagem, e prometem coisas que Deus não prometeu. Acrescente-se a isso os inúmeros escândalos que surgem periodicamente envolvendo pastores e líderes, principalmente quanto a temas como desvio e evasão de divisas, enriquecimento ilícito e escândalos de natureza moral, tornando a Igreja desacreditada.
Também, outra causa é resultado da solidão existencial, fruto do individualismo, aliado ao trabalho eclesiástico focado em ganhar multidões, sem a preocupação com um discipulado pessoal. Hoje, o indivíduo não possui relacionamentos profundos, portanto, não consegue compartilhar sua vida com todas as suas idiossincrasias, nem mesmo em sua própria casa. Vai a um dos templos evangélicos em busca de acolhimento e atenção na comunidade cristã e frustra-se ao perceber que não encontrou abrigo para suas emoções e sentimentos. Ele é, apenas, mais um em meio à multidão. O problema não está em ganhar multidões e formar megaigrejas, mas na igreja local propiciar acolhimento e discipulado verdadeiramente bíblico que produzam o efeito transformador do Evangelho na vida de cada pessoa. Não é por acaso que as igrejas que mais crescem no mundo, com um corpo de crentes estável, são aquelas que possuem um forte discipulado pessoal combinado a reuniões de pequenos grupos, onde se pode compartilhar a Palavra de Deus, o testemunho cristão, e se ter auxílio para a vida pessoal, como família de Deus e membros do Corpo de Cristo.
Portanto, o que torna uma igreja cativante e atraente não é a sua estrutura física, com programas aparentemente inovadores e eventos mirabolantes que atraem por um determinado tempo indivíduos desta sociedade consumista, que ali permanecerão enquanto estiverem sentindo satisfação e prazer emocional, mas não a real transformação pelo poder de Deus e que, ao verificar que em outro lugar está-se oferecendo um “produto espiritual” mais novo e diferente, desapega-se rapidamente e agrega-se a esta outra “loja espiritual”.
O que torna a Igreja atraente e cativante é a mesma velha unção e poder de Deus que transforma a vida do homem, ao se pregar e viver, a partir de seus líderes, a verdadeira vida de Cristo. É estar compromissado em alcançar o perdido e não “encher a igreja”. É ter o propósito de formar um corpo de cristãos dedicados à adoração, à comunhão, à oração, à capacitação para servir no Corpo de Cristo.
Uma igreja fascinante pode até inovar e ser flexível, mas não abre mão da autoridade das Escrituras, dos relacionamentos pessoais e interpessoais, como se vê abundantemente no livro de Atos dos Apóstolos. Não abre mão do perdão, da aceitação e do amor de Deus nesses relacionamentos, pois serão eles que permitirão o compartilhamento de suas vidas de modo saudável.
Uma igreja cativante celebra Deus, submete-se ao Senhorio de Cristo e é cheia do poder de Deus, ao mesmo tempo em que cuida das necessidades tanto de seus membros quanto dos incrédulos. Treina e capacita seus membros a fim de usarem seus dons e talentos, tornando-os ativos e participativos no Corpo, dando-lhes autoridade para ministrarem aos outros, resgatando o sacerdócio universal do crente.
Por fim, uma igreja atraente, valoriza as reuniões em pequenos grupos, como nos sinaliza Atos 2:46 e 5:42, onde elas podem expor suas vidas, compartilhar experiências, testemunhar, chorar e rir juntas, “falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor” (Efésios 5:19).


José Jerônimo Dantas Neto
Pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, exercendo atualmente o pastorado na cidade de Petrópolis-RJ. Professor do Instituto Teológico Quadrangular. Membro do conselho editorial do JC Gospel.


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APARTES


"Precisamos urgentemente de líderes que preguem a Palavra corrigindo e exortando..."

Em Timóteo prega a Palavra:
“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério". 2 Timóteo 4:2-5
Hoje, estamos vivendo exatamente esse tempo que o Apóstolo Paulo mencionou a Timóteo. Infelizmente, vemos "igrejas" de todo tipo e a gosto do freguês, líderes despreparados em relação a sã doutrina e, pregando um "evangelho" segundo seus próprios interesses.
Quando a sã doutrina é pregada gera um conflito muito grande entre a carne e o espírito do indivíduo, onde ocorre a recusa em relação a verdade, e o mesmo acaba se desviando da fé, ou procura uma "igreja" onde esse se sinta livre do compromisso com o evangelho de Cristo. Muitos hoje não querem adaptar suas vidas à Palavra de Deus, mas querem que a Palavra se adapte a sua maneira de viver.
Precisamos urgentemente hoje de líderes que preguem a Palavra corrigindo e exortando com toda longanimidade e doutrina.

Pastor Paulo Serinoli
Igreja Batista manancial da Vida, Jaú


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"Não existem motivos de maior ou menor impor-tância para que alguém se desvie ou mude de igreja"

O crescimento da igreja nesta última década segundo as estatísticas é tão fantástico quanto os problemas decorrentes do mesmo. Crescer é a meta, não importa como; quantidade é o alvo.  Então as pessoas se tornam individualistas e avulsas, sem vínculo e perdidas dentro da igreja. E isso mostra outra estatística, a “igreja que está fora”, afastada dos caminhos do Senhor, desviados e com o coração endurecido pelo pecado. 
Temos a “igreja doente” que confunde gigantismo com crescimento; temos os “sem igreja”, para eles a igreja não faz mais sentido. E a “igreja migradora”, onde a maioria chega com reclamações da outra.
E não existem motivos de maior ou menor importância para que alguém se desvie ou mude de igreja. A maioria da vezes são razões pequenas, muitas vezes fúteis, entre irmãos, mas que não foram tratadas ou levadas a sério. Outras vezes é porque só querem as bênçãos de Deus e deixam de lado o Deus das bênçãos. Outros ainda, mudam porque acham que o Deus de lá é mais vitorioso que o de cá. Tem os que gostam de uma igreja de comunhão e tem os gostam de uma igreja com muitas atrações. Outros saem, porque a igreja está colocando limites de santidade e não querem isso para suas vidas, preferem um lugar onde ninguém coloque o dedo na ferida. 
Tem os que são assediados: "Venha conhecer a minha grande igreja, sem compromisso”. Isso é muito comum hoje e bastante desleal. Temos também aquelas pessoas que não se manifestam para desenvolver qualquer trabalho, simplesmente não se interessam, e de repente vão embora porque faltou oportunidade.
Por mais que possamos fazer e ser como igreja, muitos simplesmente, por seus momentos existenciais ou pela complexidade de sua família, sonhos frustrados e outras coisas decidem romper vínculos sem o menor constrangimento.  
O evangelho da cruz produz morte da velha natureza e como consequência uma vida em Cristo. O evangelho da bênção, o cor de rosa produz mescla, mistura, como consequência a queda por não suportar a adversidade.
Precisamos repensar nosso compromisso com Deus, que se expressa na igreja local. Deus tem colocado pessoas em locais específicos com um propósito.

Pr. Pedro  Perez 
Comunidade Evangélica Nova Aliança, Agudos

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"A moda hoje é ser evangélico..." 

Nos dias de hoje, o que vemos é que as pessoas querem estar nas igrejas - a moda do momento é ser evangélico -  e muitos querem as bênçãos de Deus nestes dias tão difíceis: cura, libertação, crescimento financeiro, profissional, solução de uma causa jurídica, mas ficam apenas no encontro superficial. 

Seguem Mateus 11:28, onde o Senhor Jesus convida e diz:  “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.  Estão cansados, oprimidos, fartos dos problemas, angustiados pela dor e sofrimento, e buscam o alívio divino. Mas não se aprofundam na palavra de Deus, nos seus ensinamentos, não buscam o crescimento espiritual, e não seguem o próximo versículo, o 29:  “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas”, ou seja, Deus informa que existe um preço, um fardo a carregar, que devemos deixar o velho homem para trás, pagar o preço da vida nova com Cristo, viver a mudança, mas é esta mudança que muitos não estão dispostos, e, por isso, acabam se desviando do caminho do Senhor, porque carregam ainda muito do velho homem, e não aceitam as ordenanças do Senhor ministradas nas igrejas. 

Acabam, portanto, se desviando totalmente ou buscando outras igrejas na qual possam permanecer da maneira que estão. São como areia que o vento espalha, mas os que estão firmados na Rocha Viva, se fortalecem na palavra de Deus, no jejum e na oração, porque o que buscam não são as bênçãos terrenas, mas a vida eterna.


pastor João Batista  
Terceira Igreja Presbiteriana Renovada, Bauru

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"A necessidade primária do homem é espiritual"


Vamos analisar o tema em cima do texto de Mateus 6: 25 – 34, que nos ensina a não andarmos ansiosos pela vida, quanto ao que comer, vestir e beber. Mas devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça e as demais coisas nos serão acrescentadas. 

É principio de Deus buscá-lo em primeiro lugar, mas vemos pessoas andando na contramão, buscando as coisas em primeiro, e deixando o Reino e Sua justiça em segundo plano. Aí vem as frustrações com a denominação ou com o próprio Deus, pois não entendem que a necessidade primária do homem é espiritual. Deixam de ir aos cultos para adorá-lo por quem Ele é e por gratidão por seu amor revelado na cruz, e estão nos cultos apenas para buscar soluções para os seus problemas. Na maioria das vezes estão vazias de Deus vivendo uma vida de pura religiosidade, pois não entendem que a vida plena que o Senhor nos garante não está em ter coisas, mas sim, em ter uma vida de compromisso e intimidade com Deus. Vida plena não é conquistar coisas, mas, ter convicção de quem é Deus e plena confiança em Sua Palavra que é viva e eficaz. Somos chamados para o ministério da reconciliação como diz Paulo, mas muitos não estão preocupados em cumprir o chamado de Deus em suas vidas, e sim, em satisfazer os seus próprios deleites.

Esaú, por uma necessidade urgente que era a fome que estava sentindo, trocou seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas, trocou o eterno pelo temporário, e assim muitos estão fazendo hoje.  Não estão preocupados em viver para Deus, mas, que Deus venha a satisfazer os seus desejos egoístas.
Não se desvia porque sai da igreja, sai porque se está desviado dentro da igreja.  
Entendo que é Deus que direciona alguns a trocar de denominação por um propósito sublime, Dele, Deus. Mas, a grande maioria troca de denominação sem a direção de Deus, e vive de denominação em denominação, insatisfeito, pois não entenderam o que é servir ao Senhor. Entendo que a igreja deixa de ser atraente quando deixa de cumprir o papel para qual foi estabelecida, e passa a oferecer aquilo que satisfaz o ego do homem. A igreja foi estabelecida por Deus para revelar o Seu amor ao mundo e reconciliar o homem com Ele, e não para suprir desejos egoístas.

Pr. Wilson de Oliveira 
Comunidade Nova Aliança, no Mary Dota, Bauru






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