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26 fevereiro, 2009

APARTE CRISTÃO: Gilson Souto Maior

Temos dois problemas aqui. O primeiro é quanto ao conceito de unidade e o outro quanto ao conceito de diversidade. O que seria esta unidade? Doutrinária, Litúrgica, Teológica? Como definir unidade numa diversidade tão grande? Se a resposta for que a Bíblia fala de unidade, união, comunhão, isso é uma abordagem apenas parcial. Quando a Bíblia fala destes termos o toma como algo que procede de Deus, não do homem. Na oração sacerdotal Jesus fala de uma comunhão evidenciada nos crentes através da fé pessoal em Cristo, não numa idéia conceitual. O ponto central desta unidade é quando Jesus afirma: “... Que eles também estejam em nós... eu neles e tu em mim...” (João 17:21,23). Desta forma a unidade aqui deve ser de intuitos, não de regras ou doutrinas. Uma unidade prática, onde cada discípulo de Cristo reconheça o senhorio de Jesus e faça a vontade do Pai. Esta unidade deve estar fundamentada no exemplo do Pai e do Filho, não numa ação humana.
O fato de alguns cristãos condenarem o denominacionalismo, como forma de buscar a unidade é um esforço humano. O problema não está nas denominações, mas na forma como muitas delas surgiram e como os homens reagem às diferenças. Desde a Igreja primitiva podemos encontrar igrejas diferentes. Engana-se quem pensa que a igreja que nos apresenta o livro de Atos era uma unidade absoluta. Lemos Lucas dizer: “Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração...” (Atos 4:32). Onde residia esta unidade? Na mente e no coração. Implica em unidade de propósito, de credo, de visão. Mas isso não excluía as diferenças. Existiam cristãos judeus e gentios; alguns criam que os gentios deveriam se submeter à Lei de Moisés, enquanto outros achavam que não (cf. Atos 15 e veja que este foi o tema central do Concílio de Jerusalém). Existiam diferenças entre Pedro e Paulo, entre Paulo e Barnabé. Existiam comunidades com influência de João, outras com influência de Pedro, outras com influências de Paulo. A Igreja de Jerusalém tinha a influência e a liderança de Tiago irmão de Jesus. Mas uma coisa é certa: eles criam na mesma coisa, em Jesus Cristo, Deus, Senhor e Redentor. Aqueles que criticam as “placas de igrejas” na verdade nunca entenderam que a unidade não é fruto de uma ação humana, de um personalismo, mas da influência poderosa de Cristo na vida dos crentes. Temos que ter em mente o seguinte: Unidade no essencial; Liberdade no não-essencial; Amor em tudo.
Traduzindo: Essencial é aquilo que não podemos negociar: A Soberania de Deus, a Inspiração das Escrituras, a Trindade Divina, a Salvação única e exclusiva na pessoa de Jesus Cristo. Ou seja, são as doutrinas-chave do cristianismo. Não-essencial é aquilo que temos margem para uma interpretação variada: Forma de batismo, liturgia, ceia e assuntos sobre usos e costumes. E Amor em tudo implica em respeitar as diferenças entre as várias comunidades do Senhor, lembrando o que nos disse o próprio Cristo: “Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (João 10:16).
Por isso, tomemos a palavra de Paulo: “Façam todo esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4:3). A unidade é fruto da ação do Espírito na vida dos crentes. Deixemos esta discussão infrutífera, pensando que a nossa ação resultará em alguma coisa espiritual. Isso é inverter o processo. Tudo começa e termina em Deus. DEle é a glória, não do homem. Quando deixarmos o Senhor agir na vida dos crentes o resultado será aquilo que Jesus orou: “... para que eles sejam um, assim como nós somos um” (João 17:22).
Devemos buscar a Unidade na Diversidade. E isso só se alcança de uma forma: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (Filipenses 2:5). Tendo a mesma postura de Cristo, não será problema nenhum termos diferenças entre nós.

Comentário publicado na íntegra, escrito pelo Pr. Gilson Souto Maior Junior. (Edição de Fevereiro "Perfeitos em Unidade" do Jornal Cidade Gospel.)

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